Presente da tia Lin
Mês de aniversário! A Ivy nasceu há três anos atrás, não sei precisamente a data, mas creio que tenha sido no meio do mês de setembro.
Eu estava querendo um Golden Retriever. Tinha feito minhas economias e já tinha o dinheiro, estava pesquisando canis e perfil de cães que eu desejava. Meu pai dizia que eu poderia ter somente mais um cão (na época tinha a Banny, uma vira-latinha de 13 anos). Aí um certo dia estava na casa de uma amiga, e ela começou a reclamar que o lixo estava sendo revirado todos os dias. E realmente, quando saímos da casa dela, lá estava o lixo todo espalhado. E isso ocorreu por uns cinco dias, até que descobrimos quem era o autor do ‘crime’.
Menina
Uma vira-lata amarela, magra e com bastante medo. Ficamos com pena e observando a cachorra. Apenas depois de quatro dias, conseguimos descobrir aonde estavam os filhotes. Ela nos levou para um terreno baldio e procuramos por tudo, não encontrando nada. Ficava dando voltas em um certo local e procuramos por lá também, nada. De repente entrou em uns arbustos, conhecidos como Coroa de Cristo, com muitos espinhos e que soltam um ‘leite’ quando cortados. Se machucava, mas fez uma toca muito protegida. Não conseguíamos ver os filhotes, só escutando quando eles começavam a mamar e fazer os barulhinhos característicos. Na parte de cima da toca, tinha um monte de folhas mortas, nem chuva passava. Imaginamos que quando os filhotes começassem a andar, poderiam se machucar.
Uma outra amiga nossa veio com o marido e cortou um pedaço do arbusto. Tiramos cinco filhotinhos de aproximadamente sete dias de lá. Colocamos uma casinha e uma barreira para eles não saírem. Na noite seguinte, caiu a maior tempestade, com muito vento e trovões. A esta altura a vizinhança toda já estava mobilizada, levando comida e ração para a Menina (como ficou sendo chamada). Esta minha amiga, Chris, ficou bastante preocupada, pensando que os filhotes estariam encharcados e não sobreviveriam, tamanho foi o estrago que a tempestade causou.
Felizmente eles estavam bem, molhados mas bem e resolvemos levá-los para a casa dela, que desocupou um canil para abrigar a nova família.
Ivy e irmãos
Participei de todo o processo de crescimento da ninhada, desmame, vacinação, doação de alguns, mas antes mesmo de começarmos a doá-los, eu já tinha me apaixonado por um deles, a mais branquinha, a que ficava aos meus pés em todas as visitas e a mais dorminhoca e birrenta, pois era colocá-la no meu colo, ela afastava os irmãos, como que dizendo: – Sai prá lá que ela já é minha! Eles foram até motivo de reportagem. Saíram no jornal e a Ivy é famosa desde bebê!
Ela era a mais dorminhoca
E fazia umas carinhas irresistíveis…
Outra carinha irresistível…
Aprontando
O focinho despigmentado era muito engraçado
Não teve jeito, lutei muito para tentar desistir dela, mas não consegui. Com dois meses e pouquinho ela foi para casa comigo. Mal sabia eu a encrenca que me esperava. Ela foi a cachorrinha mais destruidora que eu já conheci, e olha que perdi a conta de quantos cães já treinei. Engraçado que os brinquedos dela não eram destruídos! Tenho alguns até hoje.

Ivy e Menina, muito parecidas!
Quando a Ivy chegou, dois meses depois a Banny se foi de câncer, e ela foi minha fonte de alegrias durante muito tempo, me ajudou muito na superação da perda. Quando fez um ano, tirei um Raio-X da bacia, pois estalava com certos movimentos do Freestyle e eu não achava normal. Resultado: displasia severa. Fiquei muito abalada, mas decidi que iria dar as melhores condições de vida que ela poderia ter, até quando desse. Fiz tratamento e faço periodicamente, e sempre fortaleço a musculatura dela. Hoje ela faz Canine Freestyle (parou o Agility) e tem uma vida normal.
Me dá, me dá
Quando vim morar em Cotia, a Ivy se escondia pelos cantos, se encolhia, ela tem o temperamento medroso. Na maioria das vezes não parece, pois a socializei muito, mas quem convive consegue perceber alguns medos. Hoje ela está totalmente adaptada, adora conviver com a matilha e fica eufórica correndo com eles.
Barriguinha pintada
Outro presente! Tia Lin tá expert.
Existem cães, que são ‘os cães’. Não sei como isso acontece, mas eles são insubstituíveis de tal forma que não imagino minha vida sem ela. Pode ser pela situação de quando me ajudou no começo com a Banny, ou até mesmo, em como era teimosa e insubordinada, e me desafiou a melhorar sempre mais.
Quando saio no quintal, ela senta e fica olhando prá mim, parece até hipnotizada. Ela aceita totalmente minha liderança. Posso fazer o que quiser, que ela permite e colabora. Hoje ela é a minha menina prodígio, se comporta cada vez melhor, mais obediente, mais perceptiva, mais dedicada e carinhosa a cada dia. Impressionante como se formam ligações fortes entre animais de outra espécie e o homem.

PARABÉNS prá Ivy, pelos seus três anos de vida e por ser tão linda e especial e me fazer tão feliz!

Vídeo que fiz dela a um tempo atrás (o mês correto é Setembro e não Outubro):

Conheça 15 características engraçadas da Ivy aqui.