Quando o compramos, já era domado, e os métodos usados não foram nada ‘humanos’. Isto acontece muito ainda hoje em dia, infelizmente. Os cavalos são presa na natureza, além de extremamente sensíveis e reativos. Eu só posso imaginar o que este tipo de doma causou nele. Mas eu conseguia. Em dois dias ele estava me seguindo e quando ouvia minha voz levantava a cabeça e vinha.
Marcos a esquerda e eu e Brinquinho
Passei os melhores momentos das minhas férias no sítio, com ele. Apostávamos corrida com o cavalo do meu irmão, pelas vazias estradas de terra. Atravessávamos os riachos de água cristalina e andávamos quilômetros sem perceber. Ele era inteiro e às vezes eu passava apuros quando encontrávamos éguas no cio. Era muito difícil controlá-lo e então meu pai decidiu pela castração (ainda hoje usa-se métodos absurdos para castrar animais de fazenda). Quando eu fiquei sabendo já era tarde.
Fazia de tudo para conquistá-lo. O meu objetivo maior tinha o significado de um troféu: nadar com o Brinquinho na represa. Ele hesitava um pouco para entrar, e nessa hora eu já estava montada a pêlo. Nadávamos até quase não dar pé para ele, e ficávamos um tempo assim. Foram tardes maravilhosas.
Infelizmente não tenho fotos de quando nadávamos, mas essa ilustra bem.
Foto retirada daqui
Nestes momentos, eu me sentia muito próxima dele, é difícil explicar, é como se estivéssemos entendendo perfeitamente o que o outro queria ou pensava. Isso ficou marcado muito profundamente em mim, e quando estou com alguma dificuldade de comunicação com um animal, seja de que espécie for, me lembro dele e procuro entrar na mesma sintonia, em um estado de relaxamento e um ouvir silencioso. Funciona muito bem, pois consigo ler muito melhor os sinais que os animais mandam o tempo inteiro.
Sítio Mirante – Represa de Furnas
Com sua paciência e resiliência, Brinquinho me ajudou a descobrir minha verdadeira paixão: o comportamento dos animais e a utilização de métodos motivacionais para moldá-los. Foi por causa desta paixão, que decidi fazer Zootecnia.
Conheça mais sobre Monty Roberts, que mostrou que é possível ensinar cavalos sem agressões, sem dor e sem crueldade.
Conheça Stacy Westfall e o que ela faz com seu cavalo.
Não sabia dessa sua história com cavalos. Muito legal!
Nossa Sá, eu não conhecia essa Stacy, mas ao ver o vídeo dela me deu até um arrepio, pois eu já fiz td q ela fez. Tudinho (menos ficar em pé em cima do cavalo, pois acho q nao ia dar certo… hehe).E é uma emoçao inexplicável, só sentindo, montando desse jeito para saber o que isso significa…Agradeço ao Carlos Taboga por ter me oferecido seu cavalo, para que eu tivesse uma experiência como essa.Uma pena que isso faz muitos anos, e na época, câmera digital era uma pequena fortuna, só quem tinha era meu pai e ele não emprestava de jeito nenhum… heheheSobre o Mont Roberts, prefiro nem comentar, o cara é um espetáculo, tem muito a ensinar!Cavalo definitivamente é tudo de bom!!!Meu cavalo era “pet”… hehe Era um fofo, me seguia para tudo quanto é canto… Queria que ele estivesse comigo até hoje….