No final de semana fomos ao Zoo Parque em Itatiba – SP. Finalmente conseguimos um tempinho para arejar a mente, apenas passear e conversar. Foram aproximadamente 1h20 de viagem com paisagens muito bonitas até chegar lá. Conforme o passeio foi indo, pudemos ver como é especial. O local é o maior zoológico privado do Brasil. Aconteceram coisas bem diferentes, e ficamos surpresos com elas.
Durante a caminhada de quase 3 km pelos caminhos do parque eu e Leo conversamos sobre o comportamento dos animais e trocamos impressões. É sempre muito interessante e agradável! O “clima” no parque é como de uma fazenda e nos sentimos super a vontade. Não estava cheio e entre cada recinto vimos uma mata exuberante. Existem algumas trilhas também, mas que não fizemos pelo pouco tempo que tínhamos para conhecer tudo.
A primeira coisa que nos chamou a atenção foi a receptividade dos animais. Uma grande quantidade deles chegava perto de nós, interagiam e nos seguiam até o final do recinto. Achamos isso bem diferente, pois em outros locais os animais não costumavam buscar interação conosco.
A quantidade de aves soltas é impressionante. Muitas, de muitas espécies. Eu estava me sentindo como em um filme de safári onde a cada minuto aparece um animal diferente cruzando seu caminho, se escondendo no mato ou voando sobre a sua cabeça. Vimos uma quantidade incontável de garças boieiras e até garças brancas, mas em um número infinitamente menor. As garças boieiras estão em época de reprodução, portanto as árvores estão cheias de ninhos com filhotes pequeninos. São tantas que quando passamos pela trilha logo ao lado delas (e abaixo delas) por pouco não fomos “bombardeados”. Ficamos um tempão ali, sem acreditar no número de ninhos e filhotes.
Garças boieiras ao fundo sobre as plantas do lago e nas árvores.
Quando estávamos no recinto do lobo-guará ao lado do local das garças, conversando com um senhor que não trabalha lá mas parece gostar muito de visitar (ele conhece o comportamento de alguns animais que nitidamente o reconhecem), vimos uma cena que me fez parar de respirar. Entre os ninhos das garças estavam algumas aves diferentes, um pouco acinzentadas, que eu não sei de que espécie são. Ficavam paradinhas, se comportando como se lá fosse um local de descanso, compartilhando as árvores com as garças e os filhotes. De repente uma delas deu o bote no ninho da garça e pegou um filhote na nossa frente. Leo estava olhando justamente para lá. Em menos de 3 segundos o filhote pequeno e cheio de penugens foi engolido. Dava para ver que ele se mexia ainda, mesmo já dentro da ave, pois ela ficou paradinha e de repente se mexia como se algo estivesse incomodando. Aí ela parou. Eu e Leo ficamos olhando prá ave e depois um para o outro. O senhor que estava conosco nem viu nada. Fiquei com pena do filhote, mas afinal é a natureza. Indescritível a sensação de ver isso acontecendo, e tão perto.
Lobo guará em um momento raro, fora da toca durante o dia.
Muitos e muitos ninhos. Cada pontinho mais escuro é um ninho (com fé você consegue ver…)
Depois fomos ao recinto das lhamas (um casal) e rapaz, aquele macho não é nada receptivo. Percebemos nitidamente o quão ameaçador ele queria se mostrar. Orelhas para trás e um olhar tão duro que eu nem chegava perto. Pegamos um pouco de capim e ele aceitou comer da minha mão, mas sempre invocadinho. Coloquei um pé próximo dele e o machinho temperamental tentou morder!
Quando estávamos no recinto dos psitacídeos, vimos um saguizinho solto, do lado de fora da tela. Estava lá pendurado e procurando alguma coisa. Bem do lado tinha uma lixeira e eis que tinha metade de sagüi pra dentro e metade prá fora. Um filhote estava procurando alimento. Já na tenra idade aprontando… Chegamos mais perto e ele subiu na árvore. Nos aproximamos mais e ele não se moveu, e então o Leo pegou o celular e ofereceu prá ele (isso foi uma péssima idéia, imagine se o danadinho pega e sai pulando prá longe?). Ele ficou olhando, olhando e resolveu descer para conferir. Chegou perto do celular e da mão do Leo, cheirou, e colocou a mãozinha sobre o aparelho. Que fofo. Ficou assim pouco tempo, e depois resolveu ir embora. É super interessante ver como eles ficam em alerta, ouvidos super atentos para identificar qualquer sinal de aviso de perigo do bando, e ao mesmo tempo, como são ousados!
O filhote de sagüi curioso…
Chegamos aos recintos dos macaco-aranha. Uma das fêmeas se aproximou do vidro e parecia querer nos tocar. Colocava a mão no vidro sobre a nossa, olhava profundamente nos olhos e ficou assim um bom tempo. Não conseguimos deixar de pensar nas semelhanças entre nossa espécie e a deles.
Em outro recinto de araras notamos um comportamento esquisito. As penas estavam intactas, sem sinais de arrancamento, mas quase todas as araras macao e azuis se penduravam no alambrado de cima do recinto, esticavam as patinhas para baixo e ficavam balançando, batendo as asas em movimentos bem restritos e vocalizado de forma muito parecida. Achei esse comportamento estranho e nunca tinha visto. Alguém sabe se existe algum significado ou se pode ser um comportamento de estresse?
Uma das araras pendurada…
Consegui chegar beeeeem perto da girafa, que estava com o pescoço todo para fora do recinto comendo a grama que nasceu entre o início do recinto dela e a cerca que não permite que visitantes curiosos como eu cheguem mais perto dos animais. Cada recinto possui uma placa descrevendo o animal e seus hábitos e a maioria deles possuem pelo menos dois animais. Essas placas são muito educativas e escritas de forma simples e divertida. Achei a idéia muito boa. Quando chegamos ao espaço dos elefantes (cada animal que eu via falava: – Os caras tem elefante…e tigre de bengala…e harpia!!! E o Leo: – DUUUAS harpias!), a descrição era de três fêmeas, mas só vimos duas, ambas vindas de circo. Supus que esse foi o motivo de apresentarem aquele comportamento de ficar parado balançando sobre as pernas, mas também não sei se este comportamento ocorre com animais selvagens.
Muitos dos recintos possuem lago e são enormes, abrigando geralmente animais de duas ou três espécies diferentes, o que constitui um enriquecimento ambiental muito bom. Chegando ao cachorro do mato, Leo apoiou o braço na parede e a garrafa de água vazia ficou para dentro do recinto. Não é que o animal veio e pegou a garrafa com a boca? Ele e Leo fizeram um cabo-de-guerra com o plástico, e Leo rindo ao mesmo tempo que preocupado com a situação. O cachorro do mato soltou a garrafa e espreguiçou bocejando. Depois lemos que ele havia sido abandonado pela mãe e foi alimentado na mamadeira, que tem um formato parecido com a garrafa pet pequena.
Nessa hora a bateria do celular do Leo já tinha acabado. Não levei minha câmera que estava com problemas (até hoje porque o Leo é o Dr. Bugiganga e já resolveu!)
Recinto dos quatro rinocerontes brancos, vários avestruzes e uma zebra.
Ah, os mangustos tigrados, que fofos! Muitos filhotes, eu não consegui nem contar. Eles fazem um barulhinho esquisito. Resolvi jogar um fio de água mineral no recinto para ver a reação. Meu Deus, todos, TODOS começaram a vocalizar e correram para o fio de água, formando uma massa de mangustos. Acho que tinha uns 40 mangustos abaixo de nós, bem pertinho e uns sobre os outros, foi muito engraçado. Notadamente havia um líder que decidia para onde eles iam e assim que ele cansou de tomar o “banho”, todos o seguiram vocalizando.
Achamos o recinto das lontrinhas asiáticas muito bem projetado, com água corrente e piscinas. Elas chegaram perto de nós seguindo e pedindo comida. Algo que achamos muito bom é que a alimentação não fica a vontade o tempo todo, o que evita que se estrague, evita proliferação de bichos nos recintos e facilita qualquer programa de enriquecimento ambiental. Supomos que o horário da refeição estava próximo pois elas começaram a nos seguir e miar, miar, miar. Gente, muito parecido com um miado de gato. As três lá, miando e a gente sem saber o que fazer. Depois elas começaram a fazer gracinhas na água, sempre olhando para nós. Que lontrinhas simpáticas!
Percorrendo a trilha você passa por todos os recintos porque ela foi projetada para ser uma única via. Por isso ao sair do recinto fechado de cobras, piranhas e aranhas sem querer nos vimos dentro de um grande viveiro de aves. Um espaço realmente lindo e enorme, super bem projetado. Imaginem a cara que Leo fez. Ele depois me disse:- Que pena que foi rápido, por mim, ficava lá dentro umas 4 horas.
Voltamos para casa com a certeza de que outros passeios para o Zoo Parque virão em breve. As trilhas entre os recintos também reservaram surpresas lindas como borboletas azuis e alguns animais pelo caminho. Estou até pensando em adotar um bichinho lá. Saiba mais no site www.zooparque.com.br, em adoções.
Esse lugar é realmente lindo! Deixamos de ir ao zoo de Sampa pra ir neste, muito melhor. Como disse no twitter, amanhã a ida pra lá será o presente de aniversário da Letícia. Ela adora ver animais e vai ser muito divertido pra ela. Já fui lá muitas vezes, inclusive logo no ano em que ele abriu. Adorei o post, me senti lá dentro, Sara!Parabéns =)
Nossa, eu mal ouvi falar desse lugar.. que lindo! Quero ir! Pra mim, o Zoo de São Paulo é uma decepção… fui quando era pequetita mas só lembro de um grande felino preso em um recinto mínimo… não lembro de muita coisa mais…Mas Saaah, se você quiser montar um grupinho pra ir na próxima vez… tamo ai!! hehe 🙂