Saiba o que a ciência moderna diz sobre os protocolos vacinais comumente praticados no Brasil.
De acordo com o atualizado documento de Diretrizes Vacinais divulgado em janeiro de 2016 pela Associação Veterinária Mundial de Pequenos Animais (AVMPA ou WSAVA) no Journal of Small Animal Practice, existem 3 tipos de vacinas:
ESSENCIAIS: São aquelas recomendadas para TODOS os cães. Protegem contra o vírus da cinomose canina, o adenovírus canino tipo I e variantes do parvovírus canino tipo 2. No Brasil a vacina contra raiva também é considerada essencial.
NÃO ESSENCIAIS/OPCIONAIS: São necessárias somente para os animais cuja localização geográfica, ambiente local ou estilo de vida os coloca em risco de contrair infecções por bordetella bronchiseptica, parainfluenza, adenovírus tipo II(*) e leptospirose.
NÃO RECOMENDADAS: São vacinas cujo uso possui uma base de evidências insuficiente ou até mesmo dados de que não funcionam, como a vacina contra giárdia e coronavírus.
Como é feita a vacinação no Brasil hoje?
No Brasil, a recomendação quase unânime dos médicos veterinários é que cães domiciliados, que chegam aos nossos cuidados com a idade entre 6-8 semanas, recebam:
- 1 dose de vacina polivalente V6, V8 ou V10 a cada 2-4 semanas até a 16ª semana de vida ou mais, totalizando 3-4 doses ao longo deste período
- 1 dose de vacina contra tosse dos canis intranasal (Nobivac KC ou Bronch-Shield III) ou injetável (Pneumodog ou BronchiGuard) junto com a primeira dose polivalente ou até mesmo algumas semanas antes
- 1 dose de vacina contra a raiva normalmente aplicada junto com a última dose da V6/V8/V10 ou cerca de 30 dias após
- A repetição anual de todas até o fim da vida do animal.
É importante compreendermos que os coquetéis vacinais V6, V8 ou V10, possuem em sua composição as vacinas essenciais (cinomose, hepatite infecciosa e parvovirose), não essenciais (leptospirose, adenovirose tipo II e parainfluenza) e não recomendadas (coronavírus).
Os produtos contra tosse dos canis possuem em sua composição vacinas não essenciais/opcionais (bordetella bronchiseptica, parainfluenza tipo II, adenovírus tipo II)
Se o cão chega na clínica com mais de 16 semanas de vida, sem nunca ter sido vacinado, em geral, a recomendação é:
- 1 ou 2 doses de V6/V8/V10, sendo que no caso da administração de 2 doses, respeita-se um intervalo de 3-4 semanas entre cada aplicação
- 1 dose de vacina contra tosse dos canis intranasal (Nobivac KC ou Bronch-Shield III) ou injetável (Pneumodog ou BronchiGuard) junto com a primeira dose polivalente ou até mesmo algumas semanas antes
- 1 dose de proteção contra Raiva
- A repetição anual de ambas até o fim da vida do animal.
Por que a comunidade científica mundial não recomenda o protocolo acima?
Algumas etapas deste protocolo estão de acordo com os estudos mais atuais da área, outras no entanto estão com décadas de atraso científico e tecnológico, podendo prejudicar seriamente a saúde do animal. Fora isso, este atraso leva a maioria de nós a investir dinheiro desnecessariamente em vacinas. Vamos entender o porquê desta conclusão.
O valioso documento criado pela Associação Veterinária Mundial de Pequenos Animais (AVMPA ou WSAVA) foi montado por dezenas de médicos veterinários e imunologistas acadêmicos fundamentados em aproximadamente 180 estudos científicos de países diversos como Estados Unidos, Alemanha, África, Holanda, Israel, Canadá, entre outros, além de utilizarem suas experiências clínicas. Ao estudar estas diretrizes, compreendi que o médico veterinário usuário da técnica de vacinação deve montar protocolos individualizados para cada cão que atende. Estes protocolos devem considerar 4 aspectos:
1- O desenvolvimento do sistema imunológico dos cães filhotes:
Dependendo da idade do cachorro, sabemos que de nada adiantará administrar vacinas. Os recém nascidos estão com seu sangue repleto de anticorpos provenientes da mãe e, se inoculamos a vacina, seus elementos serão combatidos por estes, não estimulando o sistema de defesa do próprio filhote. Por este motivo, recomendamos que o recém-nascido seja vacinado somente a partir da sexta semana de vida (M. J. Day. 2007; Ettinger, Edward C. Feldmann – 7ªed.).
Existem tecnologias, como a utilizada na vacina recombinante contra cinomose, que permitem que cães sejam vacinados contra esta doença em específico antes de 6 semanas de vida. Mas infelizmente AINDA não temos acesso a esta vacina isolada no Brasil.
2- A tecnologia utilizada na produção da vacina e como vai atuar no animal inoculado:
Este aspecto, em minha opinião é o mais importante, devendo ser completamente assimilado pelos veterinários e minimamente compreendido pelos tutores.
Quando o protocolo padrão que citei inicialmente foi desenvolvido, a tecnologia das vacinas não era tão avançada quanto hoje em dia. Na década de 50 foram criadas as primeiras vacinas contra cinomose canina e elas não conferiam proteção por mais do que 12 meses. Por este motivo foi recomendado que a vacina contra a cinomose fosse repetida anualmente. Infelizmente, não houve ampla atualização técnico-científica no Brasil e essa recomendação parece ter sido generalizada para o protocolo como um todo. Desde 1950 até o dia em que as diretrizes vacinais foram lançadas publicamente pela WSAVA, em janeiro de 2016, as tecnologias empregadas na produção de vacinas avançou muito.
Hoje já existem tecnologias como: vacinas contendo vírus vivo modificado ou então agentes recombinantes, que são capazes de conferir proteção contra cinomose, hepatite infecciosa e parvovirose canina por um período que vai de no mínimo 3 anos até o fim da vida do animal, ou seja, possuem potencial para imunizar o animal contra estas doenças pelo resto de sua vida, sem a necessidade de novas aplicações (Bohm et al. 2004, Mouzin et al. 2004, Schultz 2006, Mitchell et al. 2012, Shultz et al. 2010). A literatura científica demonstra, de maneira consistente, que a proteção proporcionada pelas vacinas essenciais dura muito mais do que 1 ano. Esses avanços tecnológicos não são adequadamente considerados em protocolos de revacinação anual e é importante sabermos que o uso excessivo de vacinas tem potencial de provocar reações adversas imediatas ou tardias. Pesquisas relacionam o uso equívoco dessa terapia preventiva ao desenvolvimento, em animais predispostos, de doenças auto-imunes (Dodds, 2005; Day, 2004; Mellamby et al, 2004), tumores (Vascellari et al, 2003), poliartrite (Kohn et al, 2003), doença renal crônica (Newman et. al, 2002), epilepsia (Meyer et. al, 2003) entre outras.
No caso das vacinas opcionais/não essenciais, que protegem contra vírus e bactérias que causam doenças brandas e com tratamento eficaz, as tecnologias disponíveis atuam da seguinte maneira:
1- Tosse dos Canis: É uma vacina não essencial encontrada nos produtos BronchiGuard e Bronchi-Shield III da Zoetis, NOBIVAC® KC da MSD e Pneumodog da Boehringer Ingelheim. Pode ser útil em casos de cães vivendo em ambientes saturados como canis ou lares temporários, que frequentam exposições e provas esportivas caninas. Confere proteção por até 1 ano.
2- Leptospirose: Presente nas vacinas múltiplas V8/V10 e na Guard-Vac LCI/GP da Zoetis. Protege por até 1 ano e devem ser realizadas somente em cães que correm riscos reais de infecção pela doença. É a vacina que mais leva a reações adversas. Isso ocorre devido a presença de adjuvantes, substâncias que “irritam” o sistema imunológico para potencializar a produção de anticorpos, por este motivo é de vital importância ponderar a necessidade de sua aplicação.
3- Parainfluenza: Está presente nos coquetéis V6/V8/V10 e na vacina contra tosse dos canis. Confere proteção por no mínimo 3 anos (Schultz et al. 2010).
4- Adenovirose Tipo II: Encontrada nas polivalentes V6/V8/V10, Bronchi-Shield III da Zoetis e NOBIVAC® KC da MSD. Confere proteção por no mínimo 3 anos.
Sobre as vacinas não recomendadas, os maiores estudiosos de imunologia e medicina veterinária não recomendam a vacina contra giárdia devido a baixa eficácia preventiva, curta duração de proteção (até 1 ano) e porque a doença tem bom prognóstico e tratamento eficaz. A vacina contra coronavirus não é recomendada simplesmente porque esse vírus acomete somente cães filhotes de até 8 semanas de idade, exatamente no período em que se inicia o ciclo de vacinas. Por que administrar uma vacina para combater uma doença que não ocorrerá? Além disso, de acordo com o documento de diretrizes vacinais:
“Não há evidência suficiente de que esta vacina é protetora, ou que de fato o coronavírus entérico seja um patógeno canino significativo. Foi relatado que as cepas variantes deste vírus causam doença sistêmica grave em cães adultos e filhotes em várias partes do mundo, mas não está claro se as vacinas disponíveis protegem contra essas variantes.”
Considerando que no Brasil os imunizantes massivamente utilizados são polivalentes (V6/V8/V10), contendo em um único frasco vacinas essenciais, já atualizadas com tecnologia avançada o suficiente para proteger os cães por no mínimo 3 anos, vacinas opcionais / não essenciais e, em alguns casos, vacinas não recomendadas (coronavirus) que protegem os animais pelo período de tempo anteriormente citado, fica no ar uma pergunta: é possível, no mercado brasileiro, adquirir vacinas isoladas de elementos essenciais e não essenciais a fim de vacinar o cachorro somente com aquilo que realmente é necessário?
Infelizmente ainda não contamos com vacinas essenciais ou não essenciais isoladas por aqui. Acredito que precisemos disseminar muito estas informações a fim de que o valor cobrado pelos agentes infecciosos isolados seja viável para a realidade dos brasileiros. Quanto mais demanda, menor o valor.
No caso das essenciais, a mais “isolada” disponível é a NOBIVAC® Puppy também conhecida como V2 da MSD. Ela contém agentes infecciosos vivos modificados, sendo capaz de conferir proteção por no mínimo 3 anos para parvovirose e cinomose canina. Não há vacina isolada para hepatite infecciosa.
No caso das não essenciais, temos vacinas com menor quantidade de agentes infecciosos que protegem contra:
- Leptospirose (Guard-Vac LCI/GP da Zoetis). Esta é totalmente isolada.
- Doenças respiratórias causadas pela Parainfluenza Canina, Bordetella Bronchiseptica e Adenovirus tipo 2 (BronchiGuard e Bronchi-Shield III da Zoetis, NOBIVAC® KC da MSD e Pneumodog da Boehringer Ingelheim)
De posse das informações compartilhadas até este momento, é importante você, leitor, saber que mesmo com poucas vacinas isoladas, é possível montarmos um protocolo vacinal minimalista, focado na situação do seu cachorro, considerando as mais avançadas evidências científicas.
3- A importância de realizar testes sorológicos nos animais vacinados:
Na hora de montar um protocolo particular, nós, veterinários, devemos utilizar de outra tecnologia relativamente nova no Brasil: a titulação de anticorpos / testes sorológicos.
Titular anticorpos é medir a concentração de anticorpos IgG, específicos contra uma doença, circulantes no sangue do animal. Anticorpos são os elementos de defesa produzidos pelas células de memória (fábricas de anticorpos) originadas pela vacinação ou por infecções naturais que foram vencidas no passado. Se o resultado do exame for positivo, significa que estes elementos foram detectados e que o animal se encontra protegido. Esta é a prática mais recomendada, já que gera uma evidência palpável da necessidade ou não necessidade da revacinação. Realizando o teste, evitamos que animais sejam vacinados desnecessariamente e consequentemente reduzimos as possibilidades das reações vacinais já citadas.
Ele servirá de suporte nos seguintes momentos da vida de um cachorro domiciliado:
- Quando filhote, 2 semanas após receber a última dose da vacina múltipla, a fim de avaliar se o animal realmente adquiriu a memória de defesa contra a cinomose canina, parvovirose e hepatite infecciosa. A importância deste procedimento reside no fato de que possibilita identificar indivíduos geneticamente incapazes de responder a vacinas. De acordo com a opinião dos especialistas que desenvolveram as diretrizes mundiais, 1 em cada 5.000 cães não desenvolve imunidade ao vírus da cinomose, 1 em cada 100.000 cães a hepatite infecciosa e 1 em cada 1.000 cães ao da parvovirose. Isso independentemente da qualidade da vacina e de quão bem foi aplicada.
- Se o seu cão é adulto e já está sendo vacinado há anos, realize o teste na próxima visita ao veterinário que tenha como objetivo a revacinação anual. Caso o vacine, volte a realizar o teste dentro de 3 anos e depois a critério do médico veterinário responsável,
- Se acabou de adotar o cachorro e não sabe se ele está imunizado contra as doenças mais letais, realize antes e se necessário, depois, para avaliar se ele tem a capacidade de desenvolver imunidade.
Em relação a vacinação contra a raiva, sabemos que existem tecnologias que conferem proteção por cerca de 3 anos e há também a possibilidade de titulação de anticorpos a fim de saber se o animal gerou memória imunológica ou ainda está protegido contra o vírus. Apesar disso, por lei, somos obrigados a realizar a vacinação anual. Os testes sorológicos não são aceitos para comprovar que o animal está protegido quando os levamos para viajar de avião dentro do Brasil. O exame somente é aceito em alguns outros países.
Os testes de sorologia não têm grande utilidade na avaliação da necessidade da repetição do uso de vacinas não essenciais / opcionais. Para sabermos se é preciso vacinar ou revacinar o cachorro para leptospirose, tosse dos canis entre outras, ele deve passar por uma avaliação minuciosa com o profissional com o objetivo de definir se há necessidade. Isto nos leva ao quarto aspecto avaliado.
4- Localização geográfica, ambiente local e estilo de vida do animal:
De acordo com o documento de diretrizes vacinais:
“As vacinas não essenciais são aquelas cujo uso é determinado com base nos riscos da exposição geográfica ou do estilo de vida do indivíduo e em uma avaliação da relação risco-benefício (isto é, o risco de não ser vacinado e ser suscetível ou o risco de ser vacinado e apresentar uma reação adversa comparado ao benefício de ser protegido contra a infecção em questão)”. (Journal of Small Animal Practice • Vol 57 • Janeiro de 2016 • © 2016 WSAVA)
Quando avaliamos a necessidade ou não de um animal receber uma ou mais doses de vacina não-essencial o primeiro elemento considerado é se o animal vive ou frequenta ambientes possivelmente contaminados ou frequentados por animais infectados com a doença em questão:
- Leptospirose: O cachorro vive em casa ou região com infestação de ratos? Passeia em áreas alagadiças, podendo entrar em contato com água contaminada? Se sim, estas áreas alagam o ano inteiro ou somente nas estações e períodos mais chuvosos? Pretende mudar para local com estas condições? Você costuma deixar o cachorro entrar em poças, caçar em matas ou dormir fora de casa? Costuma viajar para locais com as condições acima?
- Tosse dos canis (bordetella bronchiseptica, parainfluenza e adenovirose tipo II): Seu cão vive ou frequenta rotineiramente ambientes com aglomeração de cachorros (por isso tosse dos canis)? Utiliza objetos de outros cães que vivam em tais condições? Exemplo: frequenta o cachorródromo e brinca com bolinhas de outros cães, bebe água de origem desconhecida. A região onde vive tem mudanças drásticas de temperatura? Quais produtos de limpeza usa na sua casa? Sua casa tem muita poeira? Estas duas últimas perguntas são importantes pois estes elementos irritam a mucosa olfativa e respiratória prejudicando o sistema de defesa natural da região.
A avaliação da necessidade de um animal tomar a vacina contra giárdia não será abordada nesse texto. Somente consideramos que ela não é recomendada, independente das condições que o animal viva.
Evitar situações de contaminação e adotar procedimentos de higiene básica são condutas fundamentais para tornar o ato da vacinação desnecessária. Caso não consigamos viabilizar um ambiente ideal para um cão que vive, por exemplo, em uma residência constantemente infestada por ratos, infelizmente, a vacinação anual ou semestral contra a Leptospirose será importante para sua sobrevivência.
Por fim, devemos nos conscientizar sobre o que faz um cão sustentar seu sistema de defesa e de limpeza fortes, resistentes a todo tipo de obstáculo. A adoção de uma rotina com atividades e práticas que favoreçam o bem estar físico, emocional e mental do animal deve ser foco, não só para reduzir o número de vacinações mas também para inviabilizar o desenvolvimento de outras doenças.
Nutrição e fonte de água de elevada qualidade, rotina de atividades física, social e cognitiva, ambiente adequado para relaxamento e sono. Todo tipo de cuidado que aprimore o nível de bem estar é essencial para um cão ser feliz e estar sempre bem disposto.
O QUE FAZER COM ISSO TUDO?
Recomendo que converse com seu médico veterinário a respeito da adoção de protocolos minimalistas e de testes sorológicos na rotina de manutenção da saúde do seu cão. Mostre a ele este artigo. Reforce a importância da atualização de protocolos de vacinação polivalente anual, sustentada nas abundantes evidências científicas. Está claro que os excessos podem interferir drasticamente na integridade e bem-estar animal. Não só o equilíbrio físico é impactado, mas também o desenvolvimento social, já que algumas práticas atrapalham o período de socialização de filhotes, tema que será abordado junto com o protocolo vacinal que entendo ser ideal, em outro texto.
Um abraço,
Alberto Brasil Nogueira – Médico Veterinário especialista em comportamento clínico animal.
Artigo excelente e esclarecedor!
Obrigado, Wal!
Parabéns pelo artigo Alberto!
Grato, Juliana!
Boa tarde. Pir que o senhor não recomenda a vacina contra giardia? O veterinário que acompanhava meus cães teve um problema sério de saúde. E a pessoa responsável pels hospedagem em que vão ficar nesde fim de ano EXIGE, entre outras, essa vacina. O dono da hospedagem NÃO É VETERINÁRIO. Qual o risco dessa vacina? Os cães estão no Rio e vão para hospedagem no Recreio com Guaratiba. Grata.
Boa noite, dou vacina V10 e da raiva anualmente nos meus cachorros, elas podem ser tomadas juntas no mesmo dia?
Olá Luis! Tudo bem?
Não é recomendado. Apesar disto, pode ser feito em casos extraordinários, se não houver outro jeito.
Algumas pessoas relatam preferir administra-las no mesmo dia pois os cães em geral não gostam de ir ao veterinário. Aproveitam e fazem tudo que precisam em uma única visita. Esta atitude não é recomendada. Além de poder trazer consequências à saúde física devido à sobrecarga de informação oferecida ao sistema imunológico, também podem traumatizar o animal em nível emocional pela quantidade de procedimentos desagradáveis realizados forçadamente em um curto período de tempo.
O que eu indico: Ajude o seu cão a perceber as visitas ao veterinário como algo agradável e prazeroso. Converse com o teu veterinário e busque criar um bom relacionamento entre ele e o seu cãozinho. Recomendo muito que verifique o “DESAFIO DE PROCEDIMENTOS VETERINÁRIOS PARTE 1 E 2” em nosso portal, Tudo de Cão Transforma:
http://www.tudodecaotransforma.com.br/alberto
Partindo disto, vacine em um dia para uma das duas, respeite a recomendação de intervalo entre as vacinas que o teu veterinário pode encontrar nas diretrizes que recomendo a leitura e depois disto, vacine para a outra.
Espero ter ajudado! Agradeço a atenção e carinho.
Ola! a vacina contra a cinomose/parvovirus é realmente essencial a revacinação anual? li que uma dose de v10 chega a proteger um cão por 9 anos. Também li que a vacina contra a leptospirose é a mais alergenica de todas, isso também se aplica para a isolada (LCI/GP) ou apenas para aquela inserida nas V8/V10?
Olá, Lorena! Vai depender da tecnologia da vacina contra a cinomose e parvovirus contida na V10. As vacinas produzidas com virus vivo modificado conferem essa proteção que pode durar até mesmo mais do que 9 anos. O documento de diretrizes vacinais da WSAVA cita estudos que confirmam a possibilidade de mais de 9 anos de proteção porém a recomendação geral é realizar a titulação de anticorpos 3 anos apos a primeira repetição da V10, V8, V6 ou V2 que contenha a tecnologia de virus vivo modificado ou recombinante.
Com relação à leptospirose: Esse apontamento de ser a que mais gera reações adversas se da devido a resquicios de proteinas contidas no meio de cultura onde a bacteria é cultivada e ao uso de adjuvantes. A V8 Recombitek da Boerhinger-Ingelheim não contem adjuvante, assim como a a LCI/GP da Zoetis.
Boa tarde. Pir que o senhor não recomenda a vacina contra giardia? O veterinário que acompanhava meus cães teve um problema sério de saúde. E a pessoa responsável pels hospedagem em que vão ficar nesde fim de ano EXIGE, entre outras, essa vacina. O dono da hospedagem NÃO É VETERINÁRIO. Qual o risco dessa vacina? Os cães estão no Rio e vão para hospedagem no Recreio com Guaratiba. Grata.
Ola Gilse! Tudo bem?
Grato pela leitura deste texto tão importante e pela confiança no retorno.
De acordo com a Associação Veterinária Mundial de Pequenos Animais a vacina contra giárdia possui uma base de evidências insuficiente ou até mesmo dados de que não funcionam, o que, quando colocamos na balança do risco beneficio, nos leva a concluir que não é recomendada.
A maioria dos hotéis e Day Cares pede a vacina. Tenho duas sugestões para fazer:
1- Converse com o proprietário, mostre estes dados e avalie junto a ele as motivações;
2- Acesse o nosso site, Tudo de Cão Transforma e assista a aula “COMO ESCOLHER O DAY CARE IDEAL” do Renato Zanetti. Você pode se cadastrar e ter acesso às aulas por até 7 dias gratuitamente. Mais informações no link:
http://www.tudodecaotransforma.com.br/alberto
Abraço,
Alberto
vc poderia me informar quais as vacinas que sao realmente necessarias o reforço anual? A minha bb ta mt bem de saude, ja vai fazer 3 anos, completou 3 vezes todo o quadro de vacinas e agora estou querendo reduzir as taxas de substancias toxicas do organismo dela, apostando também em antiparasitários naturais (ela se alimenta de AN)
Li alguns artigos mas nenhum deixa muito claro. queria vacinar ela anualmente isoladamente as seguintes vacinas:
LCI/GP
NOVIBAC PUPPY
LEISHMUNE
acha que esse quadro está bom o suficiente?
E a BronchiGuard Também!
Lorena, em breve disponibilizarei um texto com uma RECOMENDAÇÃO de protocolo vacinal. A melhor pessoa para definir um protocolo individual para seu cão é o médico veterinário que a acompanha.
Como dito no texto acima, para saber se as vacinas não essenciais são realmente necessárias, somente com uma boa avaliação do médico veterinário. Mostra este texto e o próximo para ele. Acredito que possa vir a ajudar nessa escolha.
Abraço!
artigo interessante.mas totalmente teórico se considerado que no brasil há uma enorme população de cães em situação de rua (sem atendimento médico) e que não há controle de reprodução/venda de cães (e nenhum outro animal na vdd), havendo muitos reprodutores clandestinos abastecendo o mercado pet. além disso os locais que os cães frequentam, mesmo os que possuem tutor, não são adequados (petfriendly no brasil é considerado luxo, apesar da enorme população de pets), e podem conter risco de contaminação por vários patógenos. a situação relatada no artigo é a ideal, e está longe da realidade brasileira, mesmo nas grandes cidades. acho mais seguro vacinar meu cão do que expor ele à essa situação de incertezas.
Como dito no artigo, vacinar é essencial. Somente é necessário se atualizar afim de realizar um procedimento terapêutico correto, sem exageros. Se possível leia o segundo artigo do tema, esclarece alguns dos pontos por você abordados, Nilceia. Boa sorte com teus cães!
Tem como fazer a titulação em casa, comprando o kit?
Obrigada pela atenção
Ola Eliane! Tudo bom?
Antes de tudo, grato pela pergunta.
Somente é liberado a médicos veterinários a realização do exame, Eliane. Alguns atendem em domicilio, neste caso sim, é possível fazer em casa. O kit não é vendido para não médico veterinários.
Att,
Alberto
Excelente artigo. Estou questionando essa fábrica de vacinas, que ganha bilhões por ano as custas da saude de nossos pet. Sim as vacinas são importantes, as esseciais mas essas outras q nem é recomendada mais no estados unidos ( coronavirus) causa doenças etc. Afora que é sabido que as vacinas tem alto teor de intoxicação por mercurio que arrebenta com o corpo dos animais.
Tenho a prova em casa. O pet que viaja frequente com minha filha e é obrigado a tomar vacina anual esta com sérios problemas de rins, coração, etc, o outro que nunca viaja e não toma vacina esta forte e feliz. Da pena. Agora há poucos meses que caiu nossa ficha das vacinas.
Olá
Ótimo artigo, mas vc não aborda a vacina da leishmaniose. Moro em Stos – SP e estamos tendo casos confirmados da doença, a ponto da zoonoses da Prefeitura comprar a Leish Tec e vacinar cães q estejam nas proximidades dos casos positivos. Os veterinários de clínicas particulares tem recomendado a vacinação. Qual a sua opinião sobre essa vacina e quais as reações adversas, tenho lido muito sobre as reações, apesar do laboratório afirmar q não há reações.
Ola Rosane! Tudo bem?
Grato pelo carinhoso retorno e pela atenciosa leitura de nosso artigo!
Respondendo a tua dúvida, existem locais no Brasil onde ela pode ser considerada uma vacina essencial. Santos é um destes locais. A LeishTec ou a Leishmune são considerados produtos de boa confiabilidade, conferindo uma boa margem de proteção contra a doença. Sobre as reações adversas, vale o mesmo que para as outras. A vacinação não é um processo livre de riscos. Recomendo que junto ao seu veterinário, pesem o risco envolvido de se vacinar e de não vacinar e os benefícios de ambas as escolhas. Na minha opinião, como este é o caso de uma doença letal, considerada uma zoonose, em uma área onde há ocorrência frequente da Leishmaniose. é interessante realizar a vacinação. Sem descuidar por este motivo, de cuidados com a saúde emocional, mental e física do cão que são fatores importantes na construção de um sistema imunológico resistente!
Espero ter ajudado,
Otimo dia!
att,
Alberto
Olá, Dr! como vai? infelizmente perdi uma cachorrinha para parvo (quer dizer, e o diagnóstico mais provável) visto que, moro em Jacareí e aqui a morosidade de atendimento e exames fez com que minha cachorrinha falecesse em 3 dias após fezes sanguinolentas e fetidas, fiz tudo o q pude. Cada veterinário diz uma coisa. Enfim, ninguém trará ela de volta. Resgatei ela de um abandono e nem me atentei a vacina-lá foi um grave erro meu. Tenho outros 4 cães, 3 foram imunizados com a v10 mais cara possível, e outro que adotei aqui na cidade há 1 ano ainda não tomou. Após a morte dessa cachorrinha, os veterinários querem que eu faça a imunização anual, devo fazer? gostaria de vacinar apenas esse último que adotei na cidade, pois realmente só tem a vacina da raiva. Os demais parecem muito bem e nunca pegaram nenhuma doença, são extremamente bem alimentados, tomam glicopan, fazem atividades físicas, vivemos numa área rural onde o ar é ótimo para eles. Entretanto, quero uma opinião sincera, devo revacina-los? quero salientar que meu problema não é pelo valor e sim por ver a forma como os cães estão sendo vistos como saco de dinheiro.
Olá Jéssica, tudo bem?
Grato pela leitura e pela pergunta.
Sobre a necessidade de imunização anual, valem os critérios que citei ao longo deste e do outro texto sobre vacinas aqui do blog. Você precisará avaliar a data da ultima vacinação dos teus cães, a marca da vacina utilizada (isso possibilita saber qual a tecnologia de imunização utilizada) e todas as condições ambientais e de rotina ofertada para eles. Além de coletar estas informações, é importante você realizar o teste de sorologia que pontuo no texto. Aqui na capital o exame é bem em conta, custando aproximadamente R$ 70,00. Você só precisaria ter a requisição do seu médico veterinário. Estas ações vão disponibilizar evidencias para decidir se os cães precisam receber as vacinas que imunizam contra a Parvovirose ou não. Como seus cães moram em zona rural, provavelmente a vacina que o seu veterinário esta recomendando uma repetição anual é a de leptospirose e raiva. Provavelmente a requisição é procedente, já que seus animais estão expostos à outros animais de vida silvestre que podem ser portadores dos agentes infecciosos em questão.
A parte 2 deste texto sera atualizada no inicio de 2020, fique atenta pois haverão algumas novidades!
Boa tarde,
Onde atende em São Paulo?
Olá Duda! Tudo bem? Não estou atendendo no presente momento
Bom dia Dr.!
Meu cão teve tosse dos canis quando tinha 03meses. Foi uma luta para curá-lo, entre antibióticos, antiinflamatorios e por fim, a própria vacina (utilizamos a pneumodog), então ficou curado. Hoje tem 2 anos e meio e sigo vacinando anualmente com a BronchiGuard. Após leitura do artigo, me veio a pergunta: Se ele já teve a doença e foi curado, acredito que já possui anticorpos, será que realmente precisa ainda da vacina?
Ótimo artigo!
Parabéns ?.